A temperatura tinha arrefecido, o dia escurecia a cada breve minuto que passava, se bem que ainda fosse manhã. Umas excessivas nuvens de aspecto sombrio imperavam no céu perfumadamente cinzento.
Como uma pintura leve e delicada as gotas de água da chuva surgiam e começavam a misturava-se com a terra, formando tons de aguarela. O sopro da brisa denunciava a chuva, com a sua fragrância característica.
Senti alguns pingos de água gélidas a caíram sobre mim, estremeci, quando fui atingida por uma sensação de frio que percorreu o meu corpo. Recordei, que por a urgência das tuas palavras, não tinha trazido nada para me proteger da chuva.
Entretanto, sem aperceber-me, as nuvens desmoronaram-se, e a água caía com uma intensidade veemente. No solo as cores mudavam de tons, de acastanhados leves para os laranjas secos.
A minha roupa estava colada ao meu corpo de tão embebida. Os meus cabelos negros molhados descaídos sobre o meu rosto pingavam gotas de água, como semblante de vidrino.
Sobre a minha face, descoberta as gotas descaiam como lágrimas e percorriam o caminho para o meu peito.
A chuva caia a fio a minha mão passou pelo rosto para enxambrar, contudo sem sucesso.
Senti uma necessidade de aquecer meu corpo, pois ele assim o exigia. Na minha mente surgiu apenas um pensamento, um refúgio!!! Porém, as ruas estavam completamente desertas, sem uma única pessoa, um carro, as portas das lojas fechadas. O vento começava a zunir e levantava as folhas do chão com voragem. Descortinei um recanto de uma esquina, para poder esperar, que aquela chuva parasse porém, só por algum tempo, pois tinha de continuar, ali não poderia ficar.
O frio que sentia era imenso e toda eu, tremia…