
A chuva caia lá fora num sussurro, o som do tilintar dos pingos fazia emergir um mistério para desvendar. A agitação na rua naquela noite era grande, ouvia-se o sibilar do vento fazendo estremecer até o mais intrépido. Na pequena janela a água da chuva batia no vidro deixando pequenas gotas translúcidas, que morriam um pouco mais tarde.
Olhando fixamente para o exterior tentando reconhecer algo familiar porém, nada se via, apenas um vazio negro, profundo, uma bruma de negrume.
A escuridão lutava para penetrar com os seus raios sombrios pelo quarto a dentro, numa luta desigual as chamas das velas reluziam uma luz ténue, vibrante deixando um ambiente benevolente, agradável.
Por momentos, fiquei ali parada embrenhada nos meus pensamentos profundos, distantes, imaginando, recordando, perguntando-me porquê? O porquê, daquela noite, eu ali sozinha. Estremeci, senti uma tremura em meu corpo, num acto impensado, a minha mão passou pelo meu rosto suave, com a leveza duma pétala de rosa, e encontrou os meus lábios rosados, e sem a deter passou pelo meu peito e senti a ausência de calor na minha pele.
Deitada na minha cama pensei, como tudo poderia ser diferente, bastava uma palavra tua, no último momento da quebra ligâmen.
De certo que as minhas palavras morreriam nos meus lábios ao ouvir de ti a palavra, a palavra…
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(¸.•´ (¸.•` *Nárwen*
